A prática de cuidados com a pele é conhecida desde a pré-história (cerca de 30.000 AC). Nessa altura, as pessoas coloriam os seus corpos para se protegerem ou para intimidarem os seus inimigos, quer fossem outrxs seres humanxs ou animais. No entanto, ao longo dos anos, esta prática tornou-se algo mais comum e ligado ao autocuidado e à auto-estima pessoal.
Na Idade Média, o banho e consequentemente a higiene pessoal eram considerados prejudiciais e, na Idade das Trevas, o conceito cosmético desapareceu completamente, regressando apenas com as Cruzadas, que trouxeram do Oriente alguns produtos e hábitos de higiene e beleza. No entanto, foi durante a Renascença que os cosméticos começaram a reaparecer, tendo a Itália e a França emergido como produtores, especialmente de perfumes, uma vez que a falta de higiene permaneceu, e estes produtos destinavam-se a mascarar o mau odor corporal.
Hoje o mundo reflecte as necessidades dos meios de comunicação social, a geração Millennial, e a Geração Z. As diferenças são enormes entre estas gerações e as anteriores, mais do que nunca vistas na História. A tecnologia disponível nas áreas mais diversificadas permitiu a criação de conceitos futuristas e ferramentas de diagnóstico que permitem antecipar as necessidades de cada pessoa e, consequentemente, o desenvolvimento de fórmulas, cujos resultados são ainda mais impressionantes. Mas para além do desenvolvimento de produtos, as mudanças no comportamento do consumidor desempenham um papel importante nestas diferenças geracionais.
Actualmente e cada vez mais, o desenvolvimento de cosméticos naturais, orgânicos e biotecnológicos são um foco para a rotina de cada pessoa, uma vez que são menos agressivos para a pele e o ambiente. Desta forma, hábitos e marcas evoluem de acordo com os desejos da sociedade e dos consumidores, o que significa que, de vez em quando, novos produtos e conceitos parecem enriquecer de alguma forma a indústria da beleza. Exemplos como embalagens reutilizáveis, produtos biodegradáveis e leis internacionais que proíbem a utilização de certos ingredientes nocivos ao ambiente são pequenas conquistas que pouco a pouco estão a fazer uma grande diferença.
Também, com a evolução dos cosméticos e do mundo, o paradigma de que o mundo da beleza e dos cosméticos era apenas destinado ao sexo feminino deixou de existir. Como resultado, as marcas têm-se mostrado cada vez mais atentas e interessadas, lançando linhas de tratamento e maquilhagem para os homens. Chanel, por exemplo, anunciou em Agosto de 2018 a criação de uma linha de maquilhagem para homens composta por uma base, um bálsamo labial e um lápis de sobrancelhas, seguindo a estratégia comercial que tem vindo a ser "progressivamente" globalizada.
Com a desconstrução social que este tema está a criar, é possível observar homens preocupados com a sua aparência sem medo de se expressarem no ambiente em que vivem. O consumidor nesta categoria de mercado está cada vez mais presente e ansioso por inovações, embora o produto masculino esteja a crescer, já podemos compreender uma diversificação nos desenvolvimentos, bem como uma melhor adesão do público consumidor a novos lançamentos.